A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA)
aprovou nesta quinta-feira (14) o primeiro olho biônico lançado no
mercado, denominado Argus 2, já avalizado pelas autoridades europeias e
transplantado em uns 60 deficientes visuais em todo o mundo.
Este dispositivo, desenvolvido pela
empresa californiana Second Sight Medical Products, é composto de
eletrodos implantados na retina e lentes equipadas com uma câmera em
miniatura.
O olho biônico permite às pessoas que
sofrem de retinose pigmentar, uma rara doença genética que provoca a
degeneração dos fotoreceptores da retina, recuperar parcialmente a
visão, graças a uma prótese de retina que permite estimular o nervo
óptico através de sinais de vídeo e de uma carga elétrica.
“Este dispositivo pode ajudar adultos
com retinose que perderam a capacidade de distinguir formas e movimentos
a ter mais mobilidade e poder assegurar (a realização de) atividades
cotidianas”, disse Jeffrey Shuren, da FDA.
O sistema pode ser implantado em indivíduos de pelo menos 25 anos de idade.
Para dar luz verde ao olho biônico, a
FDA se baseou em um teste clínico efetuado com 30 pessoas de 28 a 77
anos, com uma acuidade visual abaixo de 1/10, enquanto a visão normal
tem 10/10.
Os pacientes encontraram uma acuidade
que lhes permitiu distinguir formas em preto em branco, por exemplo uma
pessoa no batente de uma porta ou um indivíduo sentado ao lado deles,
mesmo sem poder reconhecer os rostos.
O Argus 2 está disponível em vários
países europeus por 73.000 euros, informou recentemente à AFP um
encarregado da empresa baseada perto de Los Angeles, destacando que o
dispositivo promete ser um sucesso comercial.
Estima-se que nos Estados Unidos umas 100.000 pessoas sofram de retinose pigmentar.